A joalheria da designer Naisha Cardoso, marcada pela identidade cultural de Belém do Pará, simboliza a essência da região Norte do Brasil como principal diretriz da marca, e utiliza a joalheria contemporânea como a transgressão da tradição.

A designer apresenta a coleção Raízes|Tucupi, uma continuação do tema líquido nas Joias, presente em outras coleções permanentes: Chuva das 4, Afluentes, Raízes.

A coleção foi criada especialmente para o público de Belém, como uma memória afetiva, feito na Amazônia, para a Amazônia. “Você é o que você come, no seu lugar de origem”.

A criação traz como inspiração e essência o tucupi, uma das bases da culinária amazônica, o sumo da mandioca cozido, com sabor particular, de acidez pronunciada, e também, um conservador de alimentos.

“A minha vontade de fazer essa transgressão com o típico vem de muito tempo”. “Em pesquisas de vidros em Murano (Itália) eu já tinha tentado chegar a um amarelo equivalente, cheguei num próximo, mas ainda em um tom muito aberto e mais para neon. Ainda não era o nosso ‘yellow tucupi’”, afirma Naisha Cardoso.

A designer estabilizou o líquido e conseguiu chegar no “yellow tucupi”, uma redução de tucupi, que repousa semanas antes de ser envasada e vedada, presente nas joias da coleção.

“Belém é líquida de uma forma soberana, tanto pela presença da baía de guajará e seus afluentes, confluências e braços de rios, quanto pela chuva típica do ciclo de chuvas amazônicas, verdadeiros rios suspensos”, revela Naisha sobre a personalidade da cidade. E ainda, “sentimos o cheiro da chuva com uma sensibilidade que só quem é daqui percebe. Aquela umidade de 95% do ar que vai condensando, condensando, e de repente precipita”.

A coleção expressa em sua essência a ideia de que, o que se come, como se come, fala muito sobre a identidade cultural de um território e seu povo, “resolvi bancar e manter o tucupi tal qual Belém é: líquida”, completa a designer sobre a cultura do território amazônico como inspiração da coleção Raízes|Tucupi.