Existe uma corrente que leva a #todasasvidasimportam indo na contramão da #vidasnegrasimportam

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Por Isabela de Oliveira

Existe uma corrente que levanta a hashtag “somos todos iguais” ou “todas as vidas importam”, indo na contramão da #vidasnegrasimportam.

De fato somos iguais e de fato todas vidas importam, mas é preciso entender que vidas pretas tem sua existência ameaçada todos os dias, são colocadas em espaços subjugados há séculos e são subvalorizadas sistematicamente. Infelizmente sermos iguais não garante direitos iguais, leituras sociais iguais, tratamentos iguais, espaços iguais. A segregação racial é real e notória.

De acordo com um levantamento feito pelo IBGE em 2018, somos maioria na taxa de analfabetismo e de desemprego, temos os menores salários, além de representarmos mais de 75% do grupo dos 10% mais pobres do país. Não se pode negar isso ou desviar os olhos de tamanha desigualdade. E o que pode ser feito para essa realidade mudar?

– Empregar pretos, nos cedendo espaço especial nos processos de contratação em todas categorias hierárquicas, diversificando assim a equipe de funcionários;

– Questionar nossa ausência entre seus iguais e exigir mudanças. Isso se estende para todos os setores, especialmente o nosso, de moda. Então não podemos permitir que modelos pretas sejam minoria nos castings, nas equipes de venda e criação.

Temos nas mãos o poder de transformar a consciência estética de muitas pessoas, transformar o mundo através da imagem e devemos usá-lo com responsabilidade e compromisso para que em um futuro próximo possamos realmente dizer que somos iguais.

Depende de cada um de nós. Eu, você e de quem mais possamos alcançar.

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